quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Introdução


O enfoque técnico para estudar e administrar as organizações enfatiza os métodos de trabalho, a organização da empresa, as atribuições do administrador, a eficiência dos recursos materiais. É o enfoque da administração cientifica do processo administrativo, e de grande parte da teoria das organizações e da escola da qualidade. Porém, as necessidades, os interesses e sentimentos das pessoas que trabalham nas organizações ficam em plano secundário ou sequer estão entre as cogitações de quem prefere exclusivamente este enfoque.

Durante muito tempo, o enfoque técnico dominou a teoria e a pratica da administração. Para autores e empresários, a preocupação com o fator humano no trabalho era distante ou mesmo inexistente. Ate mesmo as ideias da eficiência cientifica eram encaradas com ceticismo. Herança da escravidão predominou durante muito tempo a noção de que a mão de obra era fator de trabalho cujo desempenho defendia do rigor do capataz. O trabalhador operacional era encarado como peça de máquina ou mercadoria, descartável e substituível.

Em 1926, por exemplo, um sindicato patronal brasileiro manifestou-se contra a promulgação da lei que instituía férias para os operários, com o argumento de que eles não cansavam o cérebro e, portanto, não precisavam de um período anual para descansar. Ideias desse tipo estão associadas á figura do chefe que usa a intimidação e mesmo a agressão como estratégias de gestão.

Com o avanço da industrialização, porem, foi ficando cada vez mais evidente que a ênfase na eficiência das tarefas e do processo produtivo era importante, mas não suficiente para garantir a produtividade o desempenho das organizações, para não falar nas satisfações das pessoas.

Desde o inicio do século xx, o surgimento dos sindicatos, para defender os trabalhadores de seus empregados, já mostrava que as organizações tinham certo potencial para provocar insatisfações. O enfoque exclusivamente técnico revela-se insuficiente como técnica de administração. Era necessário Dar atenção aos aspectos humanos das organizações.

Além disso, sempre houve quem se preocupasse co o comportamento humano e o colocasse em primeiro lugar. Entre os pioneiros da administração, Mary Parker, Henry Gantt e Hugo Munsterberg adotaram esta perspectiva humanista. Eles criticavam o modelo mecanicista que vinha desde a Revolução industrial e havia sido aperfeiçoado por Taylor e Ford, e procuravam introduzir essa perspectiva na administração cientifica. Estes humanistas plantaram as sementes do grande estagio evolutivo que viria a seguir para a teoria geral da administração.

E assim, ao mesmo tempo em que se consolidou o enfoque técnico nascido com Taylor e Ford, o enfoque comportamental dos humanistas foi ganhando espaço na teoria e pratica da administração.

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