O
enfoque técnico para estudar e administrar as organizações enfatiza os métodos
de trabalho, a organização da empresa, as atribuições do administrador, a eficiência
dos recursos materiais. É o enfoque da administração cientifica do processo administrativo,
e de grande parte da teoria das organizações e da escola da qualidade. Porém,
as necessidades, os interesses e sentimentos das pessoas que trabalham nas
organizações ficam em plano secundário ou sequer estão entre as cogitações de
quem prefere exclusivamente este enfoque.
Durante
muito tempo, o enfoque técnico dominou a teoria e a pratica da administração. Para
autores e empresários, a preocupação com o fator humano no trabalho era
distante ou mesmo inexistente. Ate mesmo as ideias da eficiência cientifica
eram encaradas com ceticismo. Herança da escravidão predominou durante muito
tempo a noção de que a mão de obra era fator de trabalho cujo desempenho
defendia do rigor do capataz. O trabalhador operacional era encarado como peça
de máquina ou mercadoria, descartável e substituível.
Em
1926, por exemplo, um sindicato patronal brasileiro manifestou-se contra a
promulgação da lei que instituía férias para os operários, com o argumento de
que eles não cansavam o cérebro e, portanto, não precisavam de um período anual
para descansar. Ideias desse tipo estão associadas á figura do chefe que usa a
intimidação e mesmo a agressão como estratégias de gestão.
Com
o avanço da industrialização, porem, foi ficando cada vez mais evidente que a
ênfase na eficiência das tarefas e do processo produtivo era importante, mas
não suficiente para garantir a produtividade o desempenho das organizações,
para não falar nas satisfações das pessoas.
Desde
o inicio do século xx, o surgimento dos sindicatos, para defender os
trabalhadores de seus empregados, já mostrava que as organizações tinham certo
potencial para provocar insatisfações. O enfoque exclusivamente técnico
revela-se insuficiente como técnica de administração. Era necessário Dar
atenção aos aspectos humanos das organizações.
Além
disso, sempre houve quem se preocupasse co o comportamento humano e o colocasse
em primeiro lugar. Entre os pioneiros da administração, Mary Parker, Henry
Gantt e Hugo Munsterberg adotaram esta perspectiva humanista. Eles criticavam o
modelo mecanicista que vinha desde a Revolução industrial e havia sido
aperfeiçoado por Taylor e Ford, e procuravam introduzir essa perspectiva na administração
cientifica. Estes humanistas plantaram as sementes do grande estagio evolutivo
que viria a seguir para a teoria geral da administração.
E
assim, ao mesmo tempo em que se consolidou o enfoque técnico nascido com Taylor
e Ford, o enfoque comportamental dos humanistas foi ganhando espaço na teoria e
pratica da administração.
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